18/12/13

MARGENS

Chuviscou à pouco. Um quase nada de humidade que varreu tudo e pouco fez. A árvore do jardim vai treinando o seu bailado para enfrentar a fúria que se aproxima. Ao sul, bem perto do Tejo vão se espreguiçando as nuvens refletindo as luzes fracas que resistem à intempérie económica. A ponte , como sempre impassível, vai disfarçando a realidade que mora nas duas margens. 

MAR


Olhei o mar
Espetacular
Um mundo lindo
 
Sol sedutor
Oferecendo amor
No céu sorrindo
 
E eu, que nada sou
Mas que muito pareço
Sinto meu o universo
Pouco ou nada peço
Tão pouco dou!

14/12/13

O NOVO ESQUILO DA MARGARIDA

 
 
Este bicho não tem idade. Aparece num livro encantado, desenhado por alguém. Come que se desunha e fixa o olhar com a mestria dos magos de antigamente.
Trabalho do diário gráfico da Margarida.


11/12/13

IMAGINAÇÃO


A imaginação é mais importante que o conhecimento. O conhecimento é limitado. A imaginação circunda o mundo e importa criatividade e agilidade mental.

19/11/13

A MINHA RAPOSINHA


Com o inverno as raposas desciam a serra e jogavam ao gato e rato nas quintas das serranias. Silenciosas e bem aprumadas era vê-las ao longe em poses estáticas estudando o caminho até à madrugada. Aí os frangos eram o principal objetivo mas os coelhos também não lhe escapavam. O meu avô bem as conhecia mas elas usavam artimanhas que o fintavam sempre.

Trabalho de Ana Margarida M.

12/11/13

LARGO DA SENHORA


Os eucaliptos que seguravam a parede de pedra já há muito que partiram.A escola da minha vida continua no mesmo sítio só que agora está sitiada. A encruzihada de caminhos transformou-se numa rotunda e na parede de uma casa até já se faz publicidade à Internet.

Já não se compram ali brinquedos de corda, raramente se ouvem foguetes bradando aos céus mas do terreiro da capela de NSN vêm-se casas de acabamentos espetaculares e de bom gosto.

10/11/13

MIL PORTÕES


A minha terra tem mais de mil portões. A maioria estão pintados de verde garrafa e  muitos têm cores tão lavadas pelo sol, que nem se reconhece a cor.
São elementos fundamentais para definir territórios mas a sua principal façanha é dar cor e graça a muros de pedra que nunca envelhecem.
Alguns passam anos inertes defrontando todas as intempéries e todos os atos de vandalismo que os poucos atrevidos teimam em abanar.
Com eles é possível fazer quadros fantásticos se forem retocados com aguarelas cheias de carinho.

TORRE EIFFEL


Quem vai a Paris e não sobe à torre, não conta para nada. A pergunta repete-se sempre "até que andar subiste?". Esta estrutura sonhada por poucos e trepada por muitos lá continua apontada ao céu vendo o tempo a deslizar e os telhados a crescer. Mar de casas por todos os lados e ali a norte um rio cheio de vida que brinca com ilhas alongadas que para pouco servem.
O ferro molda a estrutura e torre é um centro do mundo.

SOALHEIRA LADEIRA


Há 50 anos atrás descer a ladeira era complicado. A estrada barrenta, serpenteava para a esquerda e para a direita e quando chegava ao ribeirinho tudo não passava de um fio de água a deslizar por entre pedras soltas com destino a sul.
Depois vieram o TNT e os detonadores, trabalhadores de outras paragens e engenheiros de renome e deitaram abaixo aqueles cabeços rochosos que eram muito bons para brincar mas que que eram inimigos do progresso. As vacas e os burros não acharam muita piada já que subir a montanha ficou mais difícil mas mais tarde os carros renderam-se ao piso.

08/11/13

PARA MEUS FILHOS ...


Mudaram devagar as feições
Somaram lentamente as idades
Já vos comparo comigo
São outras as prioridades
 
Já não desenhais nas paredes
Cantais tudo em inglês
O futuro vos espera
Está a chegar a vossa vez

Ferrugens coloridas

 
Para lá dos portões descansam os silvados. Mostram-se imponentes desafiando o olhar de quem passa. E as ervas crescem e mudam de cores e ninguém lhes toca, ninguém as deseja. Brincam com o vento e este sem as dobrar, vai passando suavemente tratando de cada uma com uma ternura sem fim como se cada uma delas fosse sua filha.

NOTREDAME


UM PEIXE DEPENADO!


02/11/13

2 de novembro de 2013


Dizem que a inspiração vem dos outros e que a motivação vem de dentro de nós. Nem quero ver uma nem outra. Quero sentar-me na beira do mar, deixar-me ir nas ondas e ver descer o sol no caminho que só ele sabe.

EXPOSIÇÃO NA QUINTA DA PIEDADE - P.S.IRIA


COM 1 LÁPIS PODEMOS DESENHAR O MUNDO


RUA SEM FIM


31/10/13

UMA MÃO AMIGA


Ter amigo
É ter o mundo
É sentir cá no fundo
Uma estrela a brilhar

É alguém que parte mas que fica
Alguém que fala e se acredita
É alguém que nos sabe escutar!!!!!!!!!!!!

Trabalho de Miguel M.

A MINHA VILA


 

30/10/13

CANÇÕES DE AMOR

Os sentimentos passam, as poeiras assentam e haverá sempre uma forma de nos convencer que uma parte de nós não nos pertence. Vamos tentando ser felizes não fazendo sofrer os outros e renascendo em cada curva do destino.
Um piano serenerá sempre o que quero negar e vou apertando os dedos na mão para me lembrar que a minha história tem muitas lacunas. E peço chuva para me fazer voltar o sorriso das esperanças para que nunca possa negar o meu primeiro beijo.
Mas peço sol que me molhou e me criou, neste caminho ladeado de voltas, para viver ... viver!

27/10/13

QUANDO EU BRINCAVA NO REPUXO ...


Sinto saudades da infância. Não sinto tristeza pelos tempos de verões gigantes nem de invernos frios, mas tenho pena de ter perdido aquele meu pequeno paraíso, aquelas quinze ruas que se entrelaçavam desde a igreja ao Santo António. Os sonhos incontrolados de chegar a lado nenhum a inconsciência de não perceber o que era o mundo ou mesmo a simplicidade das coisas pequenas aerão sempre um refúgio para esquecer a realidade de hoje.
O espelho da água do repuxo sempre mostrará o que ali aprendi!

Imagem da net

GRANDE AMOR


Quem ama não esquece!

25/10/13

SEREIAS


No reino de tempos passados em que as lendas mergulham apaixonadamente haverá sempre confusão entre a realidade e a imaginação. Será que estes sereias nunca se apaixonaram verdadeiramente por marinheiros? Será que elas não resultaram de experiências que o tempo apagou?
Seja de que forma for haverá sempre no nosso imaginário uma esperança em conhecer a verdade.

23/10/13

VIVE

Saboreia um passeio na rua, aprecia o silêncio do campo, perde-te nas luzes da cidade, abraça a vida com a força que puderes ... amanhã o sonho continua.

20/10/13

NÃO PODES PERDER

A liberdade, as cores do outono, o sossego do teu coração, o pôr do sol, o cheiro do calor da terra, da brisa do nascer do dia, o riso de uma criança, o sabor de um chocolate, um abraço de um amigo ... não podes perder a vontade de viver mesmo se a loucura
te cercar.

12/10/13

MEU POEMA SOALHEIRA

Perdi-me
No pó dos caminhos
Entre rebanhos
A pastar

Silvados
De melros negros
Segredos
Que não consigo
Calar

Pirilampos
Do anoitecer
Luz na Várzea
A brilhar

Infância
Tão distante
Onda de luz
No meu olhar

E todo o  sol é meu
Mas posso oferecer
Cantinho onde eu nasci
Vou guardar até morrer

E fico a ver o sol
Braços abertos ... respirar
Soalheira da minha vida
Tu és a praia do meu mar

11/10/13

POEMA INVERNO

 
Roda uma folha no chão
Já ninguém se importa dela
Suspira o vento, o frio morde
O inverno espreita à janela
 
Visto devagar o casaco preto
Na cabeça enterro um chapéu
Com o frio não me meto
Mete medo o escuro céu
 
Oh inverno!
Desceste da serra
Pintaste de branco
O que resta da terra
 
Mas sabe-me bem
Aconchegar-me à lareira
Dar um abraço ao meu amor
E quantos beijos ele queira

05/10/13

EM CHAMA!

Neste livro que alguém me emprestou, roça a tensão de alguém que não passa. Louco enredo indecifrável, pintura sem graça. Vou por aí, correndo à chuva, pisando poças de incerteza, corpo cansado... sem dó ... sinto-me vivo! ... em chama!

04/09/13

Xackobo

Haskovo é uma cidade do sul da Bulgária que vale a pena visitar.
O rio serpenteia pela cidade e na cidade tudo é simples. O custo de vida é metade do de Portugal.

CIDADE DE SOFIA - BULGARIA


Chegam-me imagens de lutas sem fim nas ruas desta cidade milenar. Quem desespera e nada tem a perder cansou-se de assistir a todo o tipo de falcatruas que os governantes inventam para se manter no poder. O país mais pobre da UE manifesta-se suavemente procurando seguir em frente.
As ruas que conheci passam-me pelo ecrã da TV e só reconheço o topo dos edifícios e os rostos de quem luta diarimente por se manter à tona.

27/08/13

QUERO TANTO ASSIM?

Ouço falar de países, de cidades, de destinos ...
Não quero reviver notícias de guerras e desgraças
Por favor arreiem as bandeiras e calem os hinos
Queremos paz ... queremos liberdade

Oh infame cidade onde me perdi
Deixa-me viver sem ansiedade
Quero desenhar pombas, respirar ar puro
Quero o meu futuro, justiça e seriedade

HÁ SEMPRE UMA SAÍDA!

Vou ignorando o acaso com desleixo, as nuvens vão cada vez sendo mais escuras mas finjo que não entendo. Não devo deixar-me dominar pela angústia do que pode acontecer mas não posso ignorar o que nos paira por cima das cabeças. Há pormenores que não consigo perceber, nem os tempos em que eles são desvendados!
Não podemos viver na lua nem no medo permanente ... devemos pelo menos conhecer a direção a seguir. A novela, às vezes, sofre alterações tão bruscas que nos fazem perder o fio à meada, em apenas alguns minutos ...
Nunca perderemos os nossos sonhos se houver esperança no futuro.

23/08/13

FÉRIAS PARA TODOS JÁ!

O fogo lá no meio da serra arrefece o meu descanso. O fumo enevoado esconde o que me parece preocupar. As notícias são frias e asfixiantes apesar da brisa africana que queima o chão e aquece o mar ... os veraneantes entretêm-se no meio de uma toalha virada para o céu. Um parte arde a outra lê notícias e a outra finge se preocupar com o azar de outros. Agosto será sempre um pouco disto enquanto houver uma árvore para arder.

PRAIA DA SENHORA DA ROCHA


As areias estendem-se das estradas ao mar e nelas circulam milhares na esperança de algo encontrar. Fizeram quilómetros, inventaram sonhos, construíram
noites de conquistas e nada arrefece a esperança de algo mudar o quotidiano.
Repetem as viagens e perdem-se no calor do meio dia, abrem e fecham chapéus enquanto as ondas mansamente fazem desenhos na areia e as horas passam ao sabor do calor e da fresquinha brisa.
Não importa o trânsito nem as nuvens no céu, há um horário a cumprir, um ritual a ensaiar e ... há muito mais a esquecer.
Passam barcos cheios de mareantes em busca de um história para mais tarde recordar e as ameaças do futuro ficaram guardadas para mais tarde enfrentar.

DO SUL DO CORAÇÃO

Esta liberdade de amar
Que alguém em mim semeou
Faz-me acreditar
Que o melhor ainda não chegou

Este sentido em te seguir
Que o tempo cimentou
De o louco coração despir
E abraçar o que nos selou

02/08/13

PARQUE DE CAMPISMO

Os parques de campismo já não me interessam. O frenesim de outros tempos não existe e as tendas foram trocadas por casinhas de madeira bem dimensionadas, onde pouco falta. Com muita coisa super dimensionada, para tempos que não voltam mais, ficam as zonas ajardinadas com flores coloridas e os balneários gigantes para acolher ainda algum sobrevivente desses tempos.
Os que fiam junto ao mar não devem ser destes ...

PARA O FRIO DO INVERNO

Ainda o sol não se sentia e já o carro de bois descia o caminho velho em direção ao lagar. Virava à esquerda e chegava ao curral, quando os primeiros raios de luz apareciam a nascente. Passava a Soalheira sem pressa nenhuma e só parava, na gatuna, os rodados pesados de metal e madeira. A brisa da manhã soprava leve e o comboio das oito soava logo ali numa curva apertada. O terreno do meu avô era um enorme triângulo com cem metros de frente e no quilómetro de profundidade, espalhavam-se pinheiros bravos que enfrentavam o vento do norte com toda a bravura. Trazíamos só os toros e raízes dos pinheiros cortados na primavera, com lacraus e ainda alguma terra.
O inverno era mais macio e a neve não assustava. E no verão seguinte lá iríamos novamente buscar toros que o meu pai arrancava na primavera.
 

19/07/13

LISBOA ADORMECIDA

Oh neons que me enfeitiçais, entre ruídos de pneus rodando
Que de perto se vão ... se afastando, em direções sem valor
Frases loucas de amor estendo, no caminhar do tempo que voa
Oh tejo que louco me enganas ... oh águas que fazeis Lisboa