14/02/13

MELANCIAS NO MILHEIRAL

Os campos da Tapadinha tinham um encanto indescritivel. A paz reinava por todo o lugar e só os meus avós é que se queixavam das raposas e suas investidas, que lhes roubavam as galinhas e os coelhos. As tardes soalheiras com frutos por todo o lado a água fresca da fonte do ribeiro ou do poço dos pessêgos fazia com que a sede fosse bem vinda. Os silvados cheios de amoras, as giestas altas sacudidas pelo vento do fim de tarde e o cheiro a pinheiros eram simplesmente pureza e davam bem estar.
Quando o calor descia o meu avô dava-me a liberdade de procurar a melhor melancia do milheiral. Corria por entre o milho e o feijão pequeno e lá encontrava a mais comprida, a mais redonda ou mais imprevisível. Grandes, muito grandes foram poucas mas a liberdade era toda minha.

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