Nos primeiros anos morei, na rua nova, de uma aldeia que hoje é vila. Lembro os natais da minha primeira dezena de anos,, com muito carinho e muita alegria. Tudo encaixava facilmente numa liberdade e num respeito que todos os meus vizinhos cultivavam como os nabos no inverno. Tudo fluía sem sobressaltos e sem discussões. O vento gelado que soprava da serra convidava a procurar a lareira e os preparativos para o natal decorriam com simplicidade e tranquilidade. Presentes? ... sorrisos e filhoses, lindas manhãs de nevoeiro e gelo, na rua onde nasci!
Manhãs brancas cheias de muros cobertos de silêncios. Aproveitei os tempos como se fosse o melhor da vida. Apesar da penumbra do tempo tentar apagar as minhas lembranças recordarei sempre a minha família, os meus amigos e as botas molhadas que faziam corar a minha mãe.
A rua continua a chamar-se nova e a rampa de 80 metros lá continua cheia de paralelepípedos de granito.
É sempre bom regressar àquele canto do mundo.
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