27/08/13

QUERO TANTO ASSIM?

Ouço falar de países, de cidades, de destinos ...
Não quero reviver notícias de guerras e desgraças
Por favor arreiem as bandeiras e calem os hinos
Queremos paz ... queremos liberdade

Oh infame cidade onde me perdi
Deixa-me viver sem ansiedade
Quero desenhar pombas, respirar ar puro
Quero o meu futuro, justiça e seriedade

HÁ SEMPRE UMA SAÍDA!

Vou ignorando o acaso com desleixo, as nuvens vão cada vez sendo mais escuras mas finjo que não entendo. Não devo deixar-me dominar pela angústia do que pode acontecer mas não posso ignorar o que nos paira por cima das cabeças. Há pormenores que não consigo perceber, nem os tempos em que eles são desvendados!
Não podemos viver na lua nem no medo permanente ... devemos pelo menos conhecer a direção a seguir. A novela, às vezes, sofre alterações tão bruscas que nos fazem perder o fio à meada, em apenas alguns minutos ...
Nunca perderemos os nossos sonhos se houver esperança no futuro.

23/08/13

FÉRIAS PARA TODOS JÁ!

O fogo lá no meio da serra arrefece o meu descanso. O fumo enevoado esconde o que me parece preocupar. As notícias são frias e asfixiantes apesar da brisa africana que queima o chão e aquece o mar ... os veraneantes entretêm-se no meio de uma toalha virada para o céu. Um parte arde a outra lê notícias e a outra finge se preocupar com o azar de outros. Agosto será sempre um pouco disto enquanto houver uma árvore para arder.

PRAIA DA SENHORA DA ROCHA


As areias estendem-se das estradas ao mar e nelas circulam milhares na esperança de algo encontrar. Fizeram quilómetros, inventaram sonhos, construíram
noites de conquistas e nada arrefece a esperança de algo mudar o quotidiano.
Repetem as viagens e perdem-se no calor do meio dia, abrem e fecham chapéus enquanto as ondas mansamente fazem desenhos na areia e as horas passam ao sabor do calor e da fresquinha brisa.
Não importa o trânsito nem as nuvens no céu, há um horário a cumprir, um ritual a ensaiar e ... há muito mais a esquecer.
Passam barcos cheios de mareantes em busca de um história para mais tarde recordar e as ameaças do futuro ficaram guardadas para mais tarde enfrentar.

DO SUL DO CORAÇÃO

Esta liberdade de amar
Que alguém em mim semeou
Faz-me acreditar
Que o melhor ainda não chegou

Este sentido em te seguir
Que o tempo cimentou
De o louco coração despir
E abraçar o que nos selou

02/08/13

PARQUE DE CAMPISMO

Os parques de campismo já não me interessam. O frenesim de outros tempos não existe e as tendas foram trocadas por casinhas de madeira bem dimensionadas, onde pouco falta. Com muita coisa super dimensionada, para tempos que não voltam mais, ficam as zonas ajardinadas com flores coloridas e os balneários gigantes para acolher ainda algum sobrevivente desses tempos.
Os que fiam junto ao mar não devem ser destes ...

PARA O FRIO DO INVERNO

Ainda o sol não se sentia e já o carro de bois descia o caminho velho em direção ao lagar. Virava à esquerda e chegava ao curral, quando os primeiros raios de luz apareciam a nascente. Passava a Soalheira sem pressa nenhuma e só parava, na gatuna, os rodados pesados de metal e madeira. A brisa da manhã soprava leve e o comboio das oito soava logo ali numa curva apertada. O terreno do meu avô era um enorme triângulo com cem metros de frente e no quilómetro de profundidade, espalhavam-se pinheiros bravos que enfrentavam o vento do norte com toda a bravura. Trazíamos só os toros e raízes dos pinheiros cortados na primavera, com lacraus e ainda alguma terra.
O inverno era mais macio e a neve não assustava. E no verão seguinte lá iríamos novamente buscar toros que o meu pai arrancava na primavera.