
Onda sombria
Invades o cais
Impelida pelo vento
Com a força dos canais
Tudo é escuro
Chuva de sofrimento
O homem acorda
Já mau é o momento
Não há leme
Nem lamento
O segundo é de tempestade
Acabaram-se as marés
Mudou a idade



 Não sei se tenho alguma coisa a ver com Júpiter. Dizem que as nuvens deste longínquo planeta mexem ou já mexeram com estes ares. Mas admiro a força de Deus. As forças em jogo são imensuráveis, os movimentos magnânimos e o "sangue"parecido com o das estrelas. O céu continua afável e lá de longe apenas vem o silêncio rasgado por uma estrela cadente que acaba a sua viagem. Confio em Deus e no azul que separa o firmamento de forma indiferente.
 Nunca estive a sul do equador. Cabo Verde fascina-me porque é por ali que nascem os furacões e a água é mais transparente. Depois há montanhas para subir, terras de aqui e de além, ilhas com espíritos temidos e vulcões adormecidos. E as gentes são humildes e alegres e as famílias são numerosas e com um coração enorme. 
