Nas noites quentes dos sábados com feriado à segunda, o pessoal da esquadra perdi-se por pregos e bifanas. As imperiais ao escorregarem pelas gargantas acalmavam a sede, mas um travo a cachorro quente desenvolvia-se entre o intestino grosso e o intestino delgado. Faziam-se gestos com a cintura, arrotava-se sem querer, comiam-se os guardanapos e corria-se desalmadamente pelas ruas estreitinhas onde nem a cabeça passava. O mestre da culinária já não aguentava o espectáculo e resolveu falar com o chapeleiro da esquina. Sir Charles era um entendido em mesinhas e entradas e ele era a pesoa certa para resolver o problema. Depois de ouvir a história problemática, pensou na maionese, cuja invenção já perdurava dos anos 30, mas isso não chegou. Pensou que era necessário outra coisa, com outra cor e mais forte, capaz de bloquear os aromas libertados e matar os parasitas bacterianos que insistiam em brincar no estômago e não só. Ele e a sua mulher num domingo à tarde depois de muita experimentação encontraram a formula correcta. Chamaram-se Mostarda como podiam ter chamado outra coisa.
