Com uma mão no bolso e outra no chapéu de chuva, desce a rua devagar. Cruza-a em silêncio, pontapeia a solidão, num gesto indefinido. Fita o chão sem o olhar, vai sempre a direito sem pensar e parece que nada interessa. De repente pára. É um cão abandonado que se quer fazer notar. Faz-lhe uma festa ... o bicho parece gostar. Olhos nos olhos ... solidão repartida, um convite num gesto sublime e decidem, sem falar, ir juntos a almoçar.
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