17/06/13

SEM DESTINO

Desço a rua enfeitiçado pelas luzes de um simples momento. Desvio-me dos carros improvisando passos de dança num sobe e desce do passeio ... pensando em nada de importante. Escondo as mãos nas calças ao primeiro sopro fresco da noite a deixo-me embalar por ruídos de aviões distantes que piscam no escuro do céu.
Um cão na rua do lado ladra assustando uma sombra enquanto vou contando pedras da calçada.
O destino pouco interessa nesta noite.

RÉGUA E ESQUADRO

A régua e o esquadro moldam os nossos desejos e loucuras. O que nos aparece pela frente resulta de estudo ... de esforço refinado. Com o conhecimento a aumentar exponencialmente todos os dias, admiramos tudo o que é paralelo e perpendicular. Perde-se o que é espontâneo e belo e criam-se belezas fantásticas com poucas curvas e muita segurança.

POEMA PARA MEU PAI

Às costas do meu pai subia, naquelas tardes de agosto
Era o vento do fim de tarde eram mil sorrisos no rosto
Eram os pinhões que não encontrava na pouca habilidade que tinha
Eram viagens maravilhosas entre a Soalheira e a Tapadinha

Os cucos se desafiavam nos vários cantos da floresta
Os pinheiros se agitavam fazendo sozinhos a festa
E essa minha liberdade de passar de mão em mão
Está guardada junto ao meu coração

08/06/13

BULGARIA

Quem desce de Sofia para sul descobre uma paisagem agrícola e rica em paisagens com montanhas à esquerda e muita vida vegetal por todo o lado. Há restaurantes fechados e paredes em ruínas e há estradas ladeadas de árvores de verde vivo e brilhante. As tabuletas são indecifráveis e o sol parece que gira noutra direção mas naquele canto do mundo consegui sentir-me em casa.
Os Balcãs, a Grécia, a Roménia e a Turquia estão logo por ali mas os dias, nas cidades, decorrem na maior paz do mundo.
Deixa-te ficar assim ... tal como te conheci.