IMAGINA

Imagina que é sempre primavera, que as figueiras darão sempre sombra, que podes correr livremente à beira de precipícios e és dono do mar. Imagina que vais concretizar todos os teus sonhos, que o futuro será melhor que nunca e que a pobreza acabou.
Não te percas em pormenores pois a vida é demasiado curta.

PONTE DA MINHA JANELA

Sorte a minha que tenho uma janela virada para o rio. Rio cheio de luz branca nos dias alegres e bancos de nevoeiro que escondem a beleza do brilho das águas nos dias tristes.
E ao fundo mora uma ponte ... imensa, importante, cheia de luzes e destinos que se cruzam sem ninguém dar por isso. E nas noites de véspera de feriado os pilares brilham e aparecem no fundo da paisagem com toda a serenidade do presente.
E no caminho baixo de nuvens atrevidas vão-se esvanecendo e aparecendo repentinamente transformando a noite num mar da palha che
io de surpresas.

EXPOSIÇÃO DE PINTURA EM ALVERCA

Exposição de trabalhos do Miguel (1ª exposição).
Alverca - Casa da Juventude. (lá no alto, detrás do CEBI)
Aberta de 2ª a sábado durante o mês de abril de 2013

NOITE DE LUAR

Depois de um dia de chuva a lua sobe no céu e prepara-se para se deitar no telhado da casa mais alta.

MINHA ESCOLA

Se a manhã está radiosa
Se as árvores vestirem rosa
Canto uma canção

Se trazes sorriso aberto
E se estiveres por perto
Dá saltos o coração

Se o professor ajudar
Ele hoje vai falar
E eu sei o que te dizer ...

RAÍZES

Hoje foi um dia normal. Arrastei os sapatos pelas ruas molhadas, fui trabalhar como em todas as sextas feiras, passeei os meninos de cá para lá e vi alguns minutos de futebol.
 Criamos rotinas e muitas vezes já não podemos passar sem elas, adaptamo-nos a quase todas as situações e passado o primeiro impacto, continuamos assobiando para o lado até um dia a injustiça nos morder sem razão. E se na maioria dos dias as ondas têm entre um e dois metros, temos de nos preparar para aqueles que só não arrastam os que têm raízes nos pés.

O PASSEIO DA NOITE

Passeio o cão num dia de vendaval. Deixo-me levar para onde ele quer, afinal a sua liberdade de princípio de noite deve ser respeitada ... o dia foi longo. Passam dois arrepiados de cabeça baixa com destino certo e seguem olhando para lado nenhum. Ouvem-se gritos de crianças que desejam ficar mais tempo na rua e, de mãos nos bolsos, lá vem o passageiro da noite.
Vão piscando as luzes do pilar da ponte enquanto as nuvens vão subindo para norte. O cão já comeu a relva toda e o frio começa a mandar ...

O NOSSO MUNDO

Seguem as ruas desaguando em outras ruas, passam as estrelas vagueando no céu e tudo parece funcionar com uma precisão para a qual não há definição. Ao mais pequeno abalo tudo treme e desencadeia ondas impressionantes de tsunamis nunca previstos. O que foi escrito não é para qualquer um é para quem acredita que o imprevisto está previsto

ESTAÇÃO DE ENTRONCAMENTO

As cidades nascem do nada, florescem e vão-se apagando lentamente. Principamente aquelas que ficam no mapa do acaso e nas ruas do esquecimento.

Estação da Póvoa

Enquanto o passado nos vai deixando e o futuro vai amadurecendo, o presente é límpido e tranquilo. As linhas que nos levam e trazem permanecem silenciosas, escondidas por nevoeiros e brumas indecifráveis. Anunciam-se chegadas e partidas, seguem rotinas cansadas e no meio das pressas e vagares desfila o encanto de mais um dia que passa.

A NOSSA ESCOLA

Quem será que chegou cedinho
À escola para aprender
Na força de longe chegar
Qualquer um pode ser

Oh linda escola
Cheia de janelas
Deixa-me sonhar
Deixa-me crescer
Já sinto saudades
Quero aqui ficar

Dou-te uma flor
Se arranjar amor
Meu lindo jardim
Quero descobrir
Se quando eu partir
Vais chorar por mim

Aristides nobre patrono
Nosso orgulho e admiração
Salvou milhares de vidas
Homem de grande coração

A NOSSA HISTÓRIA

Quase há mil anos atrás
Um jovem foi capaz
De fundar um país



Os mouros foram-se embora
Por eles ninguém chora
Por um tempo, tudo foi feliz

Na tristeza se fez ao mar
Descobrir terras ... em caravelas
Foi preciso ... muito marear

Cruzaram a história com outras gentes
Levaram pacada, partiram dentes
Mas nem o Adamastor
Os conseguiu travar

O MEU PRIMEIRO BRINQUEDO

O lugar onde nasci era escuro. A minha mãe só me viu quando chegou a manhã. A minha casa era de pedra e o soalho de madeira rangia a todos os movimentos da família. O meu pai vinha a casa uma vez por semana e numa dessas vezes mostrou-me o que era a tecnologia. Uma flauta uma harmónica Vinha embrulhada em papel de seda especial e um cheiro a novo que nunca irei esquecer.

A MAIOR DESCOBERTA TECNOLÓGICA DO HOMEM - A RODA

A roda foi a maior descoberta tecnológica do ser humano. Um TGV a 300 km por hora desliza sobre rodas incríveis e silenciosas. O carro e bois do meu avô tinha duas rodas gigantes que venciam estradas cheias de buracos e estações do ano incertas.
A roda mudoiu a história do homem. Sem a roda o homem não vai longe.
O carrinho de mão suporta 7 vezes mais carga  do que o ombro humano! Uma roda faz a diferença!

A TECNOLOGIA E EU

Aos 12 anos havia a máquina de costura da minha mãe. Ela cosia e eu pedalava. Depois vem a máquina de escrever. Lembro o orgulho dos meus pais - Mais um record! ...Todos os pais sentem orgulho num filho que datilografa bem.
O meu pai lá trouxe a máquina de cortar cabelo elétrica. Esta tecnologia de ponta comprada em Espanha deixava o cabelo às ondas mas os piolhos fugiam a sete pés. O spretum, bem azulinha, chegou aos vinte anos e essa já era tecnologia de respeito ... o automóvel ... o telemóvel e tantos objetos que nos fizeram esquecer os bons e maus momentos ... apenas nos distrairam.