19/11/13

A MINHA RAPOSINHA


Com o inverno as raposas desciam a serra e jogavam ao gato e rato nas quintas das serranias. Silenciosas e bem aprumadas era vê-las ao longe em poses estáticas estudando o caminho até à madrugada. Aí os frangos eram o principal objetivo mas os coelhos também não lhe escapavam. O meu avô bem as conhecia mas elas usavam artimanhas que o fintavam sempre.

Trabalho de Ana Margarida M.

12/11/13

LARGO DA SENHORA


Os eucaliptos que seguravam a parede de pedra já há muito que partiram.A escola da minha vida continua no mesmo sítio só que agora está sitiada. A encruzihada de caminhos transformou-se numa rotunda e na parede de uma casa até já se faz publicidade à Internet.

Já não se compram ali brinquedos de corda, raramente se ouvem foguetes bradando aos céus mas do terreiro da capela de NSN vêm-se casas de acabamentos espetaculares e de bom gosto.

10/11/13

MIL PORTÕES


A minha terra tem mais de mil portões. A maioria estão pintados de verde garrafa e  muitos têm cores tão lavadas pelo sol, que nem se reconhece a cor.
São elementos fundamentais para definir territórios mas a sua principal façanha é dar cor e graça a muros de pedra que nunca envelhecem.
Alguns passam anos inertes defrontando todas as intempéries e todos os atos de vandalismo que os poucos atrevidos teimam em abanar.
Com eles é possível fazer quadros fantásticos se forem retocados com aguarelas cheias de carinho.

TORRE EIFFEL


Quem vai a Paris e não sobe à torre, não conta para nada. A pergunta repete-se sempre "até que andar subiste?". Esta estrutura sonhada por poucos e trepada por muitos lá continua apontada ao céu vendo o tempo a deslizar e os telhados a crescer. Mar de casas por todos os lados e ali a norte um rio cheio de vida que brinca com ilhas alongadas que para pouco servem.
O ferro molda a estrutura e torre é um centro do mundo.

SOALHEIRA LADEIRA


Há 50 anos atrás descer a ladeira era complicado. A estrada barrenta, serpenteava para a esquerda e para a direita e quando chegava ao ribeirinho tudo não passava de um fio de água a deslizar por entre pedras soltas com destino a sul.
Depois vieram o TNT e os detonadores, trabalhadores de outras paragens e engenheiros de renome e deitaram abaixo aqueles cabeços rochosos que eram muito bons para brincar mas que que eram inimigos do progresso. As vacas e os burros não acharam muita piada já que subir a montanha ficou mais difícil mas mais tarde os carros renderam-se ao piso.

08/11/13

PARA MEUS FILHOS ...


Mudaram devagar as feições
Somaram lentamente as idades
Já vos comparo comigo
São outras as prioridades
 
Já não desenhais nas paredes
Cantais tudo em inglês
O futuro vos espera
Está a chegar a vossa vez

Ferrugens coloridas

 
Para lá dos portões descansam os silvados. Mostram-se imponentes desafiando o olhar de quem passa. E as ervas crescem e mudam de cores e ninguém lhes toca, ninguém as deseja. Brincam com o vento e este sem as dobrar, vai passando suavemente tratando de cada uma com uma ternura sem fim como se cada uma delas fosse sua filha.

NOTREDAME


UM PEIXE DEPENADO!


02/11/13

2 de novembro de 2013


Dizem que a inspiração vem dos outros e que a motivação vem de dentro de nós. Nem quero ver uma nem outra. Quero sentar-me na beira do mar, deixar-me ir nas ondas e ver descer o sol no caminho que só ele sabe.

EXPOSIÇÃO NA QUINTA DA PIEDADE - P.S.IRIA


COM 1 LÁPIS PODEMOS DESENHAR O MUNDO


RUA SEM FIM